Revendo o decidido

Somos a fragilidade dos nossos sentimentos e a fortaleza dos sentimentos alheios, sobretudo quando amigos e compreensivos. 
Terei eu manifestado ao longo destes anos apreço sincero e amigo pela pessoa e obra de Maria Ondina Braga? Ficam estes textos para que se extraia conclusão.
Terei eu dado contributo válido para dar divulgação à sua obra? Neste momento, quanto a isso, disse, já pouco conta quanto possa escrever; para que a obra seja conhecida apenas falta a sua publicação dos seus livros, de há muito esperada e já impossíveis de encontrar.
Desistirei eu de a reler, de acolher tudo quanto encontre a seu respeito? Seguramente não. Leitor apaixonado, assim, me classifiquei e assim permaneço.
Enfrento, pois, a questão que me faz regressar aqui: é justo que fique comigo quanto resulte dessa  minha incessante leitura? É justo que guarde, não partilhando com outros, o que me chegar de tantos e ainda os há que, modestamente seja, vão deixando pegadas pelo seu caminhar de apreço ante o que Maria Ondina escreveu, o que sentiu no coração, tanto nos deu com o exemplo de vida? Dizem-me, amigos, aqueles cuja opinião conta, não é justo que o faça.
Somos a precariedade das nossas decisões. Felizmente havendo abertura de espírito para escutar quem nos faz repensar, os que têm a delicadeza de nos apontar o erro e isso quis.
Concluo: seria errado suspender este espaço. Perdoem-me, por isso, aqueles que, lendo quanto escrevi e aqui fica, dispuseram do seu tempo para mo fazer notar quanto errava ao encerrar. 
Ilustro este post com uma imagem, a da automotora que parava na Canhoca, em Angola. Num dos seus livros primeiros Maria Ondina relata a viagem e o local, a mesma viagem que eu, adolescente, ignorante de todo da sua existência, fiz entre Malanje e Luanda. Se há símbolo que ilustre o que a vida faz encontrar, talvez este seja demonstração e exemplo.