Graças à amabilidade da Fátima Galvão do Instituto Cultural de Macau, consegui reunir alguns recortes de imprensa sobre Maria Ondina Braga. Os últimos chegaram esta madrugada, seriam quase quatro da manhã em Portugal, eu à espera deles, ansioso. Um deles é uma entrevista dada a Maria Teresa Horta e publicada em 1992 no «Diário de Notícias». Nela a autora de «Estátua de Sal» fala nos vinte cinco anos de escrita literária. Surpreende uma resposta sua sobre esse tempo de dor: «Foi o mais importante sim. O que mais vivi».
Uma frase destas resume uma vida, e explica tudo o mais. Os contemporâneos de uma tal alma deveriam sentir-se envergonhados, como quando ante um suicida, sentem que foram eles, afinal, os homicidas.