Há quanto tempo eu não a visitava. Mas é assim. Animal acossado, refugio na mata do isolamento, a vergonha das dores sofridas, prisioneiro de uma vivacidade que me é alheia. Procurei-a hoje, ao chegar a casa, precisamente no seu primeiro livro, como se numa oração vespertina, antes do recolhimento da noite. E li-a: «uma impressão de velhice e cansaço extremos, ao lado de um esforçado, inquebrantável desejo de viver, marcava o quadro da absurdidade». É Maria Ondina, no «Eu vim para ver a terra».