
Lembrei-me de uma entrevista da Maria Ondina, creio que ao JL, em que ela se queixava amargamente das costas doridas depois de horas à máquina a trabalhar em traduções e na escrita e como era mal paga e como por vezes não lhe pagavam. A vida desta mulher e a sua pobreza são uma ofensa ao mercantilismo editorial, à exploração, à pouca vergonha. Dedicada às letras, viu-se na contingência de ter de suportar uma vida de modéstia. Não porque não tivesse público, mas apesar de o ter. Referiu na entrevista inesquecível que apenas de uma editora recebeu escrupulosamente. Notável!