Eu conheci um Macau miserável de ganância, nojento de rapacidade, repugnante de medíocres vaidades. Eu conheci o Macau dos pequenos burgueses ávidos de consumismo, os esganados de poder, os sedentos do ter. É por isso que ganhei amor a Maria Ondina Braga, por ela ter vivido no mundo de quem é, indiferente ao mundo de quem tem. Como lê-la hoje me enche de remorsos de uma vida por haver! Leio-a, como se me fosse possível expiar-me do pecado de nem ter visto que ela existia, amando-a enquanto viveu.